segunda-feira, 23 de novembro de 2009

O jogo do homem que brincava com mulheres - parte I

Conto Realista, trabalho de Literatura.


A história de um homem que brincava com as mulheres.


                Naquela tarde de outubro, enquanto um romance terminava, outro estava prestes a começar. Carmen estava pronta para o que sabia que vinha a acontecer, e mesmo assim não era corajosa o suficiente para admitir. No mesmo momento em que Carmen apareceu livre de seu faz de conta, Almeida sorriu e resolveu que ia fazer a história se repetir. Foi o que aconteceu. Quando encontrou Márcia a primeira coisa que fez foi começar seu teatro.
            - Cansei Márcia, não te quero mais. Você é doente, desequilibrada.
E já gritando Márcia revidou:
            - Mas Almeida, o que aconteceu? De onde veio isso? Você não pode fazer isso, sabe que não pode, não vai fazer! Essa brincadeira não tem graça Almeida! Não acredito que me chamou de desequilibrada, depois de tudo o que passamos?
            - Chega Márcia, sem escândalos. Aceite ser deixada como uma mulher adulta.
Enquanto dizia isso, foi tirando a aliança do seu dedo. Virou as costas e se foi, sorrindo.
            Foi logo ligar para Carmen, para consolá-la, e contar o que havia feito, com o intuito de fazê-la acreditar que aquilo era sua maior prova de amor. No dia seguinte quando se encontraram, Carmen viu nos olhos de Almeida um amor tão puro, tão verdadeiro, que seu coração lhe disse exatamente o que fazer.
            - Almeida, eu não acredito no que fez. Como foi capaz?
            - Eu fiz isso por você Carmen. É claro que vou precisar de um tempo até me livrar de Márcia, mas te juro que serei teu, e não vai demorar nada. Confie em mim, é só o que eu estou pedindo.
            - Eu só tenho três coisas para te falar, Almeida. A primeira é que eu tenho muito medo de como tudo isso vai ser. A segunda, é que se você realmente me quiser, vai ter que recuperar minha confiança, pois eu já não a tenho mais. E a terceira, é que eu te amo desde a primeira vez que te vi.
            Naquele momento Almeida soube que não precisava mais mover um dedo sequer, Carmen já era sua, acontecesse o que fosse. Tendo essa certeza a seu favor, decidiu ir em frente já que não havia mais o que perder. Afinal, não amava Márcia, não amava Carmen. Almeida não amava ninguém. Na noite seguinte, Márcia foi logo ligando para Almeida, que por sua vez soube exatamente o que dizer no momento certo.
            - Almeida, meu amor, me diga onde estava essa tarde que não estava onde deveria?
            - Bom querida, você sabe que isso não é mais da sua conta, então...
            - Não Almeida, isso é completamente da minha conta e do meu interesse. Você ainda é meu, pode não acreditar, mas é meu sim. Não vai adiantar ninguém fazer nada, eu sempre irei ganhar todas as batalhas. Você, Almeida, foi o primeiro homem da minha vida, não pode simplesmente me deixar para trás como se eu nunca tivesse existido.
            - Posso sim Márcia, e é exatamente o que eu pretendo fazer. Nossa relação nunca foi nada, simplesmente nada. Preciso desligar, pois tenho muita coisa a fazer. Vá ocupar seu tempo com outra pessoa e me deixe em paz logo de uma vez.

[...] Continua